Painéis ‘Guerra e Paz’ voltam ao Brasil

Painéis ‘Guerra e Paz’ voltam ao Brasil para exposição e restauro
Nesta terça-feira (21) vai ser um dia e tanto para a arte brasileira. Os painéis "Guerra e Paz", de Candido Portinari, estão de volta ao país, depois de 53 anos em exposição na sede da ONU, em Nova Iorque. Em junho passado, em visita a Brodowski, terra natal de Portinari, João Cândido - diretor do Projeto Portinari e filho do artista - anunciou, ao lado de ninguém menos do que Milton Nascimento, a vinda dos painéis que também participariam de exposições itinerantes pelo mundo.
Na ocasião, Milton anunciou que, a convite de João, faria uma composição em homenagem a Guerra e Paz. "Pode sair hoje ou pode ser daqui a dois meses", afirmou o compositor mineiro à época.
Felizmente, as canções saíram a tempo. Milton vai apresentar nesta terça-feira (21) duas composições inéditas sobre as obras na inauguração da exposição no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No evento será exibido um filme, dirigido por Carla Camurati, apresentando a vida de Portinari e o histórico dos painéis.

Ainda vai ser apresentada uma projeção multimídia destacando os estudos preparatórios criados por Portinari no período 1952-1955 para "Guerra e Paz", filmes e fotografias de época. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Juca Ferreira estarão presentes.

Toda a programação será conduzida pela atriz Fernanda Montenegro, que vai falar sobre a vida de Portinari e também ler trechos de poemas e pensamentos de Portinari, além de poemas e textos de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Dinah Silveira de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado e do escritor português José Cardoso Pires.

Resultado de mais de três anos de empenho do Projeto Portinari com o Governo Federal, com a ONU e com empresas estatais e privadas, os painéis voltam ao mesmo local no qual, há mais de meio século, foi apresentado ao público.

"Os painéis representam sem dúvida o melhor trabalho que já fiz... Dedico-os à humanidade", disse Portinari em entrevista à Agência Reuters à época.
Entre 1952 e 1956, Candido Portinari realizou seus dois últimos e maiores murais, "Guerra e Paz" (14 metros de altura por 10 metros de largura, aproximadamente), encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede da ONU, em Nova Iorque.
Dag Hammarskjold, secretário-geral da ONU à época da doação, afirmou ser aquela "a mais importante obra de arte monumental" doada à organização. Localizados em local nobre, no hall de entrada da Assembleia Geral, mas de acesso restrito aos delegados das Nações, os painéis "Guerra e Paz" não podem ser vistos pelo público, nem mesmo durante as visitas guiadas à ONU, por questão de segurança.

Em razão do planejamento de uma grande reforma que vai ser realizada no edifício sede da ONU, até 2013, João Cândido solicitou a guarda das obras para restaurá-las e, em seguida, expô-las ao grande público.

A restauração e a exposição itinerante contam com o apoio da Lei Rouanet, em um valor aprovado para captação de R$ 16,8 milhões, sendo cerca de 50% já captados, de acordo com a assessoria do Ministério da Cultura.

Fonte:http://www.jornalacidade.com.br