sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Aprendizagem por Projetos



De que maneira as mídias interativas podem ajudar na aprendizagem do aluno? Qual é o papel do professor nesta “era da conetividade”? Essas são algumas das questões investigadas pela professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Léa da Cruz Fagundes, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC).

O Laboratório de Estudos Cognitivos é um centro de pesquisa que, desde 1979, pesquisa os processos cognitivos dos estudantes em situações de aprendizagem que fazem uso de interações com o computador. O objetivo do LEC é a busca de alternativas educativas para que os alunos superem as dificuldades no processo de construção de conhecimento.

Para a pedagoga e psicóloga, Léa Fagundes, não adianta o governo apenas colocar os computadores na escola. Essa medida é insuficiente para a melhora da aprendizagem. “É preciso também uma tentativa de mudar o currículo da escola e de priorizar o conceito de aprendizagem”.

A professora critica a prática de utilizar o computador somente para exemplificar o conteúdo curricular dentro de uma aula tradicional. Neste caso, os sites funcionariam como uma extensão ao livro didático. “Isso inclui os jovens na cultura digital?”, questiona.

Estimular a pesquisa é um dos caminhos apontados por Léa para a melhora da aprendizagem. “As crianças estão sempre explorando, investigando, desde o momento que nascem. Estamos sempre aprendendo. O homem é um pesquisador nato”.

Por esse motivo, a professora defende a aprendizagem por projetos apoiada em mídias interativas. Dentro dessa concepção pedagógica, cabe ao professor ser um orientador de projetos de pesquisas dos alunos. Os estudantes devem escolher um tema para investigação de acordo com seu desejo.

“O computador pode dar acesso ao que é distante e invisível para os alunos”, afirma. É ainda a ferramenta para a busca e sistematização de dados. Na metodologia desenvolvida pela professora, os alunos também podem aprender a publicar suas notícias na rede e interagir com outras comunidades de estudantes.

Aplicação da metodologia

O LEC está conduzindo uma experiência piloto de aplicação dessa metodologia na Escola Estadual Ensino Fundamental Luciana Abreu, localizada em Porto Alegre (RS).

Nesta instituição, alunos do Ensino Fundamental I foram divididos em grupos de 12 pessoas. Cada grupo desenvolve um projeto em turno-trabalho de 4 horas de maneira interdisciplinar. Para ajudar nas investigações, cada estudante recebeu um laptop XO por meio do projeto Um Computador por Aluno, promovido pelo governo federal.

Há alunos que pesquisam, por exemplo, o câncer de mama, pois tiveram casos na família. Outros retiram seu objeto de estudo dos telejornais. Os problemas para investigação são sempre relacionados às questões do dia-a-dia das crianças.

Os estudantes têm ainda contato com ambientes virtuais, desenvolvidos pelos pesquisadores do LEC. A interação das crianças nas redes sociais colabora no aprendizado da leitura e da escrita de aprendizes com dificuldades nestas competências.

Segundo Léa, a experiência tem sido bastante positiva, mostrando como o uso de computadores aliados a novas práticas pedagógicas resultam em construção de conhecimento.

Selecionamos o vídeo abaixo para ilustrar nossa postagem.



Fonte: http://e-educador.com.br

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